Roncar é normal? O que fazer para evitar o ronco

Sim, roncar é normal, se considerarmos que pelo menos  metade da população adulta manifesta esse comportamento enquanto dorme.

Porém, em certos casos, o ronco pode ser um sintoma de distúrbios do sono, e alguns deles têm elevado potencial de causar complicações graves no longo prazo.

Para alívio daqueles que roncam demais (e pessoas que dormem próximo), quando se torna patológico, esse é um distúrbio que pode ser tratado com relativa facilidade.

Roncar é normal?

Sim, desde que a intensidade do ronco seja leve e não se prolongue por muito tempo.

Isso porque é normal as vias aéreas vibrarem enquanto dormimos de barriga para cima, em razão do estreitamento que acontece e a consequente obstrução da passagem de ar.

Logo, a constrição da garganta está relacionada ao relaxamento da musculatura dessa região.

Porém, quando o ronco passa a ser constante e em alto volume, pode indicar problemas mais sérios, principalmente a  apneia do sono .

O que é apneia do sono?

A apneia do sono é um distúrbio respiratório caracterizado por episódios repetitivos de pausas na respiração ou períodos de respiração pouco profunda durante o sono.

Ela pode ser classificada em dois tipos principais:

• Apneia obstrutiva do sono (AOS): tipo mais comum que ocorre quando as vias aéreas superiores se fecham durante o sono, podendo ser causada por uma variedade de fatores, incluindo obesidade, excesso de tecido na garganta, histórico familiar de apneia do sono e idade
• Apneia central do sono (ACS): menos comum e que se manifesta quando o cérebro não envia sinais adequados aos músculos respiratórios durante o sono. Ela pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo doenças do sistema nervoso central, acidente vascular cerebral ou doença de Parkinson.

Os sintomas comuns da apneia do sono são:

• Ronco alto
• Apnéias noturnas
• Sonolência diurna
• Fadiga
• Dificuldade de concentração
• Alterações de humor
• Dores de cabeça matinais
• Pressão arterial alta.

O diagnóstico da apneia do sono é feito por meio de  polissonografia , um exame que registra a respiração, os batimentos cardíacos, o movimento dos olhos e outros sinais vitais durante o sono.

Como é o tratamento para a apneia do sono?

O tratamento depende do tipo e da gravidade da doença.

Nos casos mais agudos, pode ser indicado o uso de um aparelho de Pressão Positiva Contínua nas vias aéreas (CPAP), um dispositivo que fornece ar pressurizado por meio de uma máscara colocada no nariz ou na boca. 

Isso pode ser feito também por um aparelho oral, que é colocado na boca para ajudar a manter as vias aéreas abertas.

Nos casos mais extremos, o médico pode indicar a cirurgia para remover o excesso de tecido na garganta ou para corrigir outras causas da apneia do sono.

Lembrando que o tratamento é fundamental não só para restaurar a capacidade de dormir, como para reduzir o risco de complicações graves, como doenças cardíacas, derrame e diabetes.

Quais são os riscos de roncar?

O ronco prolongado traz riscos à saúde porque afeta diretamente a qualidade e a duração do período de descanso.

Ao roncar demasiadamente, interrompemos o ciclo do sono, deixando assim de chegar à sua fase mais profunda e reparadora, o  sono REM .

Sem contar que, nas pessoas que desenvolvem apneia do sono em razão do ronco, os riscos de apresentar doenças cardiovasculares, diabetes e  obesidade são maiores.

O que causa o ronco?

O ronco patológico está associado a uma série de condições, disfunções, hábitos e distúrbios, com destaque para:

• Rinite
• Sinusite
• Tabagismo
• Consumo de álcool antes de dormir
• Uso de relaxantes musculares.

Sendo assim, quem ronca demais precisa investigar as causas do problema junto a um médico pneumologista.

Lembrando que, entre os homens acima dos 40 anos e mulheres acima dos 50, a prevalência do ronco é maior em razão do processo natural de envelhecimento.

Como evitar o ronco: 6 dicas

Antes de ir ao médico, existem algumas medidas simples que podem ser tomadas para aliviar ou eliminar o ronco.

Confira a seguir.

1. Dormir de lado

A medicina sabe que o ato de roncar está associado ao sono na posição de decúbito dorsal, ou seja, de barriga para cima.

Em boa parte dos casos, o ronco desaparece apenas mudando para a posição de lado, independentemente se for esquerdo ou direito.

Essa é também uma forma de detectar possíveis problemas que não estejam ligados à  posição ao dormir , o que pode sinalizar anomalias como adenóides e amígdalas aumentadas, por exemplo. 

2. Adesivo nasal

Outra medida simples que pode ser adotada sem qualquer risco é o uso de um adesivo nasal ao dormir.

Ao ser afixada no nariz, essa pequena fita auxilia no fluxo de ar, evitando assim o ronco e, em consequência, a apneia do sono.

Outra vantagem é ser uma solução de baixo custo, facilmente encontrada em drogarias e farmácias.

3. Elevar a cabeceira

Igualmente simples e eficaz é a elevação da cabeceira.

Em algumas  camas , esse é um recurso já disponível, bastando apenas fazer uma rápida regulagem no estrado articulado.

Se a sua cama não dispõe desse tipo de mecanismo, você pode simplesmente colocar um calço nos pés que ficam junto à cabeceira.

Caso a cama seja box, você pode também dormir com um travesseiro mais alto ou usar mais de um travesseiro.

4. Spray nasal

Assim como os adesivos, os sprays nasais são encontrados em farmácias e drogarias.

Ele hidrata as vias aéreas e a boca, auxiliando na respiração e ajudando a diminuir ou até eliminar o ronco.

Essa também é uma medida indicada para quem sofre de sinusite ou alergias que possam entupir as vias aéreas, como também acontece com quem sofre de gripes ou resfriados.

Entretanto, não se esqueça de sempre consultar um médico antes de utilizar qualquer tipo de produto ou medicamento de uso nasal ou oral.

5. Clipe anti ronco

Mais conhecido como dilatador nasal, o clipe anti ronco é afixado na parte inferior do nariz, onde se apoiam dois tubos de passagem de ar, um para cada narina.

Sua função é garantir o livre fluxo de ar pelo nariz, evitando que ele se contraia à noite.

Da mesma forma que os outros dispositivos, o clipe anti ronco pode ser comprado livremente nas farmácias e drogarias.

6. Evitar medicamentos

Além de provocar dependência, medicamentos para dormir, como diazepam ou alprazolam, induzem ao ronco, potencializando a apneia do sono.

Uma alternativa para evitá-los é recorrer a um chá, alguns dos quais você pode conhecer neste  artigo sobre calmantes naturais .

Quando é recomendável procurar um médico para tratar o ronco?

A verdade é que o ronco, por menos alto que seja, sempre é um mau sinal.

Assim sendo, é recomendável procurar um médico para tratá-lo quando o fenômeno se torna persistente e está associado a outros sintomas.

Problemas como sonolência excessiva durante o dia, dificuldade de concentração, irritabilidade, dores de cabeça matinais, entre outros, são alguns deles.

Quando o ronco está acompanhado de episódios de interrupção da respiração é um forte indicativo de apneia do sono.

Quem dorme acompanhado pode observar eventualmente interrupções no sono do parceiro que, com o tempo, venham a se tornar frequentes.

Se você reparar que o ronco está afetando significativamente o sono dele ou dela, isso também é motivo para procurar orientação médica.

Outro fator a ser monitorado é o agravamento progressivo do ronco, ou seja, se o ronco piora com o tempo, isso pode indicar mudanças nas vias respiratórias que precisam ser avaliadas.

Vale também prestar atenção à presença de condições de saúde subjacentes.

Para pessoas que roncam e que já têm condições médicas como hipertensão, doenças cardíacas ou diabetes, é aconselhável buscar a avaliação de um profissional de saúde.

Em qualquer um desses casos, só um médico pode realizar uma avaliação adequada, identificar a causa do ronco e recomendar o tratamento apropriado.

Qual médico cuida de ronco?

O médico que cuida de problemas relacionados ao ronco e distúrbios do sono é um especialista em Medicina do Sono.

Em geral, são pneumologistas, otorrinolaringologistas ou neurologistas.

Ao procurar ajuda para o ronco, a primeira consulta normalmente é com um clínico geral ou médico de família, que pode encaminhar o paciente a um especialista, se necessário.

O tratamento indicado, como vimos, varia conforme o caso, podendo ser desde mudanças de posição ao dormir, perda de peso, uso de CPAP ou, nos mais graves, intervenção cirúrgica.

Como vimos, roncar é normal, desde que certas condições sejam observadas.

Para conciliar o sono de verdade, você também precisa de um colchão na densidade certa, fabricado com látex natural e a mais alta tecnologia.

Leve um Maxflex para o seu quarto e tenha noites de sono tranquilo e reparador.